20 junho 2011

Sobre liderança, coca-cola e missão (PARTE 2) por Eliana Moura*


O crédito de um líder não reside na competência da sua equipe tão somente. Reside no que o líder e o liderado representam  um na vida do outro e ambos diante de Deus e da missão.

No encontro recente dos coordenadores da juventude da minha igreja, nós contamos nossos sonhos. Eu gostei de ouvir tudo isso comendo bolo de brigadeiro que a Andreza fez e tomando coca-cola (na verdade foi guaraná, mas ninguém leria um texto com o título “Sobre liderança e guaraná”!). Eles também comiam enquanto falavam. Mas um dos sonhos da galera me deixou pensando. Pensando até hoje. Eles disseram:

“Meu sonho é saber liderar. 
É saber formar equipes, agregar”


Pediram alguns treinamentos para “aprender a ser líderes”. Pensei eu: esse pessoal me pediu pra ensiná-los a liderar; ou seja, eles estão pedindo pra ensiná-los a tomar coca-cola, ir ao cinema, usar o telefone (e twitter, MSN, facebook), dar risada, chorar, pedir conselhos, jogar play station, sentar junto no culto? Estão me pedindo pra ensiná-los a fazer amigos. Estão me pedindo para ensiná-los a pastorear.

Quanto mais cresce o povo de Deus, mais líderes se levantam. Na igreja, todos são chamados a liderar. Nossa função é preparar líderes para que, assim como nós cuidamos do rebanho de líderes que Deus confiou a nós, eles cuidem também do rebanho confiado a eles.

Definitivamente, liderar, e mais, liderar voluntários no Reino de Deus é um exercício de amizade. O crédito de um líder não reside na competência da sua equipe tão somente. Reside no que o líder e o liderado representam um na vida do outro e ambos diante de Deus e da missão.

E DEUS ME LIVRE de ser a pessoa mais informada do grupo! DEUS ME LIVRE! Deus me livre de ser um guia de soluções, de ser a mais criativa, de ser a mais responsável. Eu quero ser a amiga.

Ser líder na comunidade dos salvos é rir.

Ser líder na comunidade dos salvos é viver a benção de ter amigos, de formar famílias. Todo o restante (tarefas, boas ideias, colaboração espontânea) é um presente que seu liderado dá a você por gratidão a Deus, por senso de vocação, por comprometimento com a missão, por amizade, por cumplicidade, por respeito, por laço. Por reconhecer que Deus colocou você e ele juntos não para ser uma equipe de tarefas, mas uma família de serviço
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*Eliana Moura é Professora e passou pelas formações em Letras, Música e Filosofia. Especialista em Educação (Docência Universitária) e Pós-Graduanda em Educação Cristã Missionária pelo CIEM/RJ*. Atualmente cursa Teologia na FLAM_JV*/SP. Atuou como docente de ensino superior pela ESUP-FGV* e hoje trabalha como Gestora das áreas de Juventude, Música e Educação Missionária da Igreja Batista Redenção em Goiânia, onde é membro. É articulista da Revista Diálogo e Ação (Ed. JUERP); colunista e revisora do site da JMM Jovem e articulista da JUBEG*.


*Centro Integrado de Educação e Missões, Rio de Janeiro (ciem.org.br)
*Fac Latino Americana de Teologia Integral JV, São Paulo (flamonline.com.br)
*Escola Superior de Negócios Fundação Getúlio Vargas (fgv.br)
*Junta de Missões Mundiais Jovem; Juventude Batista do Estado de Goiás